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Ceratite Superficial Crônica (pannus oftálmico)

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Eudes Candido


Descrição: Proliferação de massa avermelhada, semelhante a tecido de granulação, acompanhada por melanose corneal, neovascularização e edema variáveis. A doença é indolor, mas pode levar a cegueira pela proliferação excessiva de melanócitos na córnea. Este tipo de ceratite é comum em cães da raça Pastor Alemão, sendo muitas vezes denominada como pannus do Pastor Alemão. Outras denominações incluem, síndrome de Uberreiter e pannus degenerativo.

Mais sobre a ceratite superficial crônica (CSC): A CSC é caracterizada por uma invasão de tecido conjuntivo subepitelial ricamente vascularizado na córnea. De ocorrência bilateral, tende a se iniciar no canto temporal inferior da córnea para, posteriormente, invadir outros quadrantes. O epitélio, comumente, permanece intacto. A progressão da lesão varia entre indivíduos e a cronicidade pode levar à perda da visão, por perda da transparência da córnea.

A CSC pode ser dividida em três graus, que podem ser observados nas imagens abaixo.


Imagem: CSC classificadas como grau I, II e III respectivamente. Imagens por: www.repository.utl.pt

Causas: A causa da CSC ainda não está completamente elucidada, mas sugere-se a participação de eventos imunomediados, associados à exposição ao sol em altitudes elevadas, cujos níveis de radiação ultravioleta encontram-se aumentados. Propõe-se que os raios ultravioletas ou a ação de um possível vírus que ainda não se identificou possa alterar a antigenicidade de componentes corneais suscetíveis, resultando em uma inflamação celular mediada por células.

Diagnóstico: Casos que apresentarem os sinais clínicos descritos, responsivos à terapia imunossupressora, podem ser diagnosticados como CSC, sendo este um forte indicativo de evento imunomediado.

Tratamento: O pannus é uma desordem crônica progressiva que pode ser controlada de forma clínica ou cirúrgica. Assim, se a terapia é suspensa, recidivas poderão ocorrer, e de forma mais intensa. O manejo baseia-se no uso de imunossupressores, como Prednisolona 1% ou dexametasona 0,1% locais, QID associados ou não à ciclosporina 0,2% tópica BID, o que geralmente resolvem a progressão da inflamação, em casos leves. Após o controle da inflamação (podendo levar de duas à quatro semanas), que se manifesta pela redução do tecido de granulação corneal, o tratamento deve ser mantido por toda vida (SID).

Animais que respondem pobremente à ciclosporina poderão ser submetidos à beta-radiação ou à criocirurgia, com óxido nitroso ou nitrogênio líquido. A ceratectomia superficial poderá ser considerada como medida adjutória nos casos em que a visão se encontre gravemente prejudicada (vigência de pigmentação intensa).

Prognóstico: Bom quando manejado corretamente e não invadir todos os quadrantes da córnea, principalmente o axial.


Referências Bibliográficas

  • Laus, José Luiz. Oftalmologia clínica e cirúrgica em cães e gatos. Edit. Roca. 2007. São Paulo. Cap 4, pg. 80.
  • Crivellenti, Leandro Zuccolotto; Borin-Crivellenti, Sofia. Casos de rotina em medicina veterinária de pequenos animais. Edit. MedVet. 2012. São Paulo. Cap 12, pg 423 - 424.

One Response so far.

  1. Unknown says:

    meu cachorro pastor tem pannus , recentemente foi a óbito com infeccao generalizada , seria a doença pannus ou não tem relação, observei que depois do acontecido durante a infeccaçao forte oa secreção dos olhos sumiu ......gostaria de umn retorno se possivel ..

    grato

    leblon3@gmail.com

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